FANOPÉIA JURÍDICA: DIREITO, METÁFORA E IMAGEM

Resumo

Embora haja uma tendência, marcante do estudo do direito, em compreendê-lo como um campo textual, técnico, procedimental, ascético e científico, o fenômeno jurídico faz surgir, em seu interior um conjunto de imagens e de narrativas pictóricas. O que torna necessária uma busca por meios capazes de investigar esses elementos visuais e suas influências na maneira de compreensão do próprio fenômeno. Sendo assim, a fanopeia, uma categoria de análise literária de Ezra Pound é trazida e legitimada enquanto forma de pesquisa jurídica. Ela se insere, todavia, não em um campo diretamente sob vigência de um visual turn da filosofia, mas de uma percepção do caráter literário do direito. Aproximando-se do direito e literatura, a teoria cognitiva da metáfora é utilizada para se defender que essas figuras não são somente de linguagem, como de pensamento. Ao estabelecer o papel cognitivo da metáfora, resta se perceber como o pensamento ocidental, desde suas origens está comprometido com a existência e influência de metáforas imagéticas. Assim a fanopeia jurídica se apresenta como um tipo de pesquisa dentro da seara do direito e literatura, voltada à investigação das imagens no fenômeno jurídico.