As franjas do real: Constituições como mapas

Autores

  • Marcelo Galuppo Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) - Brasil

DOI:

https://doi.org/10.21119/anamps.9.2.e1111

Palavras-chave:

Cartografia, Constituição, Fronteiras, Direito e literatura, Mapas, Territórios

Resumo

Este ensaio visa a explorar a interseção entre linguagem, direito e realidade, utilizando a metáfora dos mapas e das franjas (dos territórios e dos tapetes) para ilustrar tal análise. O objetivo principal é compreender como as margens da linguagem são cruciais na interpretação e aplicação do direito, e como elas se constituem por um duplo processo de imaginação e descrição. Através de exemplos literários, investigamos a dificuldade de se estabelecer limites, sejam eles legais ou geográficos, a partir de sua relação com a intersubjetividade e da imersão na natureza fluida da linguagem e do direito, refletindo como eles são constituídos ao mesmo tempo que constituem nossa percepção da realidade, de maneira similar a mapas que, ao descreverem, criam territórios em constante evolução. O presente ensaio utiliza da teoria da narrativa para compreender o problema proposto.

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Publicado

2024-06-15

Como Citar

GALUPPO, M. As franjas do real: Constituições como mapas. ANAMORPHOSIS - Revista Internacional de Direito e Literatura, Porto Alegre, v. 9, n. 2, p. e1111, 2024. DOI: 10.21119/anamps.9.2.e1111. Disponível em: https://periodicos.rdl.org.br/anamps/article/view/1111. Acesso em: 5 out. 2024.

Edição

Seção

Artigos