A memória afetiva e a infância digna na literatura de Clarice Lispector
DOI:
https://doi.org/10.21119/anamps.21.169-181Palavras-chave:
memória afetiva, Clarice Lispector, direito à infância digna.Resumo
Este artigo tem por objetivo refletir a partir da perspectiva jusliterária, sobre a construção da memória afetiva enquanto categoria do imaginário dos direitos da criança. Nesse sentido, examina as interligações entre as memórias da infância e a personalidade adulta da personagem Virgínia na obra O lustre de Clarice Lispector para assim tematizar a função da memória afetiva e o direito à infância digna. Diante disso, analisa-se a função das recordações afetivas no processo de formação da identidade o que contribui para investigar como se estruturam as impressões que conformam a construção jurídica dos direitos da criança. Apresenta-se, portanto, o afeto como fundamento à vida digna de modo que a reflexão jusliterária contribui para repensar o imaginário sociojurídico da infância.Downloads
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