A admissão da teoria da coculpabilidade no julgamento de João Grilo em “Auto da Compadecida” de Ariano Suassuna
DOI:
https://doi.org/10.21119/anamps.8.2.e858Palavras-chave:
Coculpabilidade, Desigualdade Social., "Auto da Compadecida"Resumo
Escrito por Ariano Suassuna, o Auto da Compadecida foi pensado à luz dos romances e das histórias populares do Nordeste. Nesse sentido, a narrativa gira em torno de João Grilo e Chicó. Figuras caricatas, os protagonistas são carentes e representam o nordestino que vive a mercê das políticas públicas, que não têm acesso aos seus direitos básicos e que frente a essa realidade – a ausência de oportunidades – não vislumbram outra saída, senão o pecado. Dentro desse cenário, insere-se a teoria da coculpabilidade do jurista argentino Eugenio Raúl Zaffaroni, que consiste em reconhecer as influências da desigualdade social na determinação dos sujeitos para o crime, isto é, entender que as carências sociais, políticas, econômicas e educacionais influem sobremaneira no livre-arbítrio dos agentes, que sem meios de vida, se inclinam para o cometimento dos injustos penais – em Auto da Compadecida, dos pecados. Sob essa perspectiva, apoiada pelo método de abordagem dedutivo, e pelos métodos de procedimento explicativo e comparativo, a presente pesquisa, em suma, tem o propósito de trazer à baila as interseções entre o julgamento de João Grilo na obra de Ariano Suassuna e a teoria da coculpabilidade penal lecionada por Eugenio Zaffaroni.
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