Movimentando a relação entre direito e literatura com a desconstrução, proposta por Jacques Derrida: o desejo de justiça
DOI:
https://doi.org/10.21119/anamps.9.1.e989Palavras-chave:
direito e literatura, desconstrução, Jacques DerridaResumo
O objetivo desse artigo consiste em apresentar a relação entre Direito e Literatura a partir da desconstrução de Jacques Derrida, envolvendo a leitura de Força de lei: o fundamento místico da autoridade (2018) e Essa estranha instituição chamada literatura (2014). Para tanto, em um primeiro momento, situaremos o pensamento de Jacques Derrida, quanto à desconstrução; em seguida, apresentaremos a distinção entre direito e justiça; em um terceiro momento, abordaremos a Literatura como uma instituição moderna, democrática, que tudo pode dizer. Como resultado, a pesquisa aponta para a impossibilidade de separação do Direito e da Literatura, do ponto de vista da desconstrução, pensada como desejo de justiça. A originalidade da abordagem está em desviar-se do cânone que aborda a relação entre Direito e Literatura, apresentando tal relação a partir da estratégia da desconstrução, o que sinaliza para uma abertura teórica e prática às transformações históricas que refundam permanentemente estas instituições.
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