OCUPANDO O ESPAÇO URBANO: CIRCULAR, PRODUZIR E PIXAR
Resumo
A visibilidade da pixação[1] vem ocupando todos os espaços da cidade de São Paulo, provocando uma transformação no espaço público e gerando desconforto entre as classes mais privilegiadas. Para os pixadores, que em sua maioria reside nas periferias urbanas, é um meio de expressar que as suas necessidades não se restringem a habitar a cidade, mas também de construí-la, tanto a sua história, paisagem, vida cotidiana e política. Assim, o presente trabalho tem como objetivo o estudo da pixação, com base na descrição de movimentações, expressões e sociabilidades dos pixadores entre si e para com a cidade de São Paulo. O resultado advém não só da bibliografia, mas também de observação participante simples e não estruturada. Entende-se que o direito à cidade nasce na rua, da informalidade e na periferia, sustentado em razões capazes de mobilizar os debates públicos e pela atuação da sociedade civil, instaurada pelas lutas por reconhecimento e inclusão. Como resultado observa-se que a pixação é uma forma de demanda por direito à cidade e por ocupação física e visual do espaço urbano.
[1] Adota-se as duas grafias – pixação e pichação – por uma questão semântica e terminológica que será melhor explicitada ao longo deste artigo.