STATUS LIBERTATIS E AUTONOMIA DA VONTADE NO CONTEXTO DA ABOLIÇÃO: UMA ANÁLISE DO CONTO BONS DIAS!, DE MACHADO DE ASSIS

Authors

  • Júlio César Ramos Mendes CENTRO UNIVERSITÁRIO FG - UniFG
  • Elpídio Paiva Luz Segundo CENTRO UNIVERSITÁRIO FG - UniFG

Keywords:

Direito na Literatura, autonomia da vontade, pós-abolicionista, escravatura.

Abstract

Este artigo busca articular o status libertatis à autonomia da vontade no contexto da Abolição da Escravatura, tendo como pano de fundo o conto Bons Dias!, de Machado de Assis. O texto permite observar a cultura jurídica brasileira do século XIX, particularmente o ethos narrativo, para debruçar-se sobre as noções de status libertatis e de autonomia no cenário pós-abolicionista. Neste ensejo, destaca a interferência do Estado nas relações de direito privado, com realce para seus aspectos positivos, dificuldades e falhas. A metodologia de abordagem é a crítica hermenêutica do Direito, e a metodologia de procedimento aponta para a literatura como instância reflexiva do direito e da história institucional para construir uma compreensão do direito e da história do direito para além dos discursos hegemônicos, nos quais as reflexões sobre o direito e a justiça partam de uma narrativa literária como condição subalterna ou secundária, com o propósito de contar histórias da história do direito não contadas.

Downloads

Download data is not yet available.

References

AMARAL, Francisco. Direito Civil: Introdução. 9. ed. rev., modif. e ampl. - São Paulo: Saraiva, 2017.

ASSIS, Machado de. Bons dias. Gazeta de Notícias. Rio de Janeiro. 19 de maio de 1888. Disponível em: www.revistas.usp.br/teresa/article/download/127374/124579/. Acesso em: 20 fev. 2019.

BOBBIO, Norberto. O Positivismo Jurídico: lições da Filosofia do Direito; tradução e notas Márcio Pugliesi, Edson Bini Carlos E. Rodrigues. São Paulo: Ícone, 2006.

CARVALHO, José Murilo de. A Formação das Almas: o imaginário da República no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 2017.

DECLARATION OF INDEPENDENCE: The unanimous Declaration of the thirteen United States of America. IN CONGRESS, july 4, 1776. Disponível em: http://americainclass.org/sources/makingrevolution/rebellion/text8/decindep.pdf. Acesso em: 25 dez. 2019.

DWORKIN, Ronald. De que maneira o direito se assemelha à literatura. In: DWORKIN, Ronald. Uma questão de princípio. São Paulo: Martins Fontes, 2000, p. 217 - 250.

ESPINDOLA, A.; SANGOI, B. O senso comum teórico do jurista e a arte de reduzir cabeças. Revista de Direito da Faculdade Guanambi, v. 3, n. 01, p. 37-56, 1º ago. 2017.

FAORO, Raymundo. Machado de Assis: a pirâmide e o trapézio. São Paulo, Companhia Editora Nacional, 1974.

FONSECA, Ricardo Marcelo. A cultura jurídica brasileira e a questão da codificação civil no século XIX. Revista da Faculdade de Direito UFPR, Curitiba, PR, Brasil, jun. 2006. ISSN 2236-7284. Disponível em: <https://revistas.ufpr.br/direito/article/view/9415>. Acesso em: 25 dez. 2019.

_______. Vias da modernização jurídica brasileira: a cultura jurídica e os perfis dos juristas brasileiros do século XIX. Disponível em: https://pos.direito.ufmg.br/rbep/index.php/rbep/article/viewFile/76/74. Acesso em: 27 fev. 2019.

GOTLIB, Nádia Battella. Teoria do conto. Disponível em: https://moodle.ufsc.br › mod_folder › content › Nadia. Acesso em: 18 dez. 2019.

GRINBERG, Keila. Escravidão, liberalismo e direito civil: as definições de status e cidadania nas memórias sobre a elaboração do código civil brasileiro (1855 - 1916). Disponível em: eeh2010.anpuh-rs.org.br › resources › Anais › autor › Keila Grinberg. Acesso em: 24 dez. 2019.

HUNT, Lynn. A invenção dos direitos humanos. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.

KARAM, Henriete. Questões teóricas e metodológicas do direito na literatura: um percurso analítico-interpretativo a partir do conto Suje-se gordo!, de Machado de Assis. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rdgv/v13n3/1808-2432-rdgv-13-03-0827.pdf. Acesso em: 27 fev. 2019.

KOSELLECK, Reinhart. Futuro passado: contribuição semântica dos tempos históricos. Rio de Janeiro: Contraponto, PUC-Rio, 2011.

OST, François. Contar a Lei: as fontes do imaginário jurídico. Porto Alegre, Unisinos, 2006.

PAES, Mariana Armond Dias. Sujeitos da história, sujeitos de direitos: personalidade jurídica no Brasil escravista (1860 - 1888). Dissertação de mestrado em Direito pela Universidade de São Paulo. São Paulo, USP, 2014.

PARRINE, Raquel. Aspectos de teoria do conto em Machado de Assis. Disponível em: https://periodicos.ufpe.br/revistas/EUTOMIA/article/view/1902/1489. Acesso em: 18 dez. 2019.

REIS, Thiago. Teixeira de Freitas leitor de Savigny. FGV DIREITO SP - Artigos Acadêmicos, São Paulo, SP, Brasil, 2015. Disponível em: < http://hdl.handle.net/10438/13836>. Acesso em: 25 dez. 2019.

RICART, Murilo; SANTOS, Polianna F. da Silva; PEDRON, Flavio Quinaud. De que maneiro o direito assemelha-se à literatura e à interpretação construtiva no direito?. REJUR - Revista Jurídica da UFERSA Mossoró, v. 3, n. 5, jan./jun. 2019, p. 133-144. ISSN 2526-9488.

SCHWARZ, Roberto. Leituras em competição. Novos Estudos CEBRAP, v. 75, jul. 2006, p. 61 - 79.

_______. Um mestre na periferia do capitalismo: Machado de Assis. São Paulo: Duas Cidades; Ed. 34, 2000.

SOARES, Ivanete Bernardino. O ethos narrativo em Bons dias!, de Machado de Assis. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1983-68212012000200009. Acesso em: 27 fev. 2019.

STRECK, Lenio Luiz. Hermenêutica Jurídica e(m) Crise: uma exploração hermenêutica da construção do Direito. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2014.

TRINDADE, André Karam; GUBERT, Roberta Magalhães. Direito e literatura: aproximações e perspectivas para se repensar o direito. In: TRINDADE, André Karam; GUBERT, Roberta Magalhães; NETO, Alfredo Copetti (Orgs.). Direito & literatura: reflexões teóricas. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2008, p. 11-66.

Published

2020-10-26

Issue

Section

GT 3 O Direito através da literatura