O DESEJO COMO CATEGORIA JURÍDICA NA CONSTRUÇÃO DE UM DIREITO CURVO: INTERLOCUÇÕES A PARTIR DE POSSO PEDIR PERDÃO, SÓ NÃO POSSO DEIXAR DE PECAR

Authors

  • Flávia Dall Agnol de Oliveira Fundação Escola Superior do Ministério Público - FMP/RS
  • Bianca Pazzini Fundação Escola Superior do Ministério Público - FMP/RS

Keywords:

complexidade, direito curvo, erotismo, desejo, Young.

Abstract

As questões da subjetividade, já muito aprofundadas pelas ciências sociais, são constantemente apartadas do meio jurídico. Frente a isso, entende-se que o direito, por ser uma ciência cujo objeto se constitui justamente a partir das relações humanas, não se deve mostrar alheio às complexidades que constituem o humano. Fernanda Young, em Posso pedir perdão, só não posso deixar de pecar (2019) traz a figura de Nina, personagem que se liberta de amarras morais, em um exercício de autonomia, erotismo e consideração dos próprios desejos. Busca-se, assim, demonstrar que narrativas literárias de sujeitos desejantes – tais como a obra que ora se analisa – apresentam-se como instrumentos relevantes para pensar a condição do sujeito no direito e até o próprio papel do direito. Diante de tal propósito, a proposta de direito curvo cunhada por José Calvo Gonzalez se faz extremamente válida para esse contexto, posto que oportuniza a construção de um saber jurídico condizente com as condições contemporâneas (plurais) de organização social, manifestando-se de modo a demonstrar a insuficiência do modelo jurídico atual (programático, linear e redutor de complexidade).

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Published

2021-12-08

Issue

Section

GT 1