Direito internacional antropofágico: contribuições de Oswald de Andrade e Balakrishnan Rajagopalo

Autores/as

  • Clarissa Maria Beatriz Brandão de Carvalho Kowarski Universidade Federal Fluminense
  • Bárbara Nogueira Nunes Universidade Federal Fluminense

Palabras clave:

revolução Caraíba, manifesto antropofágico, antropofagismo, descolonialismo jurídico, teorias críticas do direito internacional.

Resumen

O manifesto antropofágico de Oswald de Andrade inaugura um movimento vanguardista que tinha por principal escopo “deglutir”, ruminar as inferências europeias e americanas, além das próprias referências dos antecessores indianistas para que viesse à luz uma cultura tipicamente brasileira. Por meio da absorvição das culturas estrangeiras misturadas com as origens indígenas brasileiras, se chegaria à Revolução Caraíba, “contra todos os importadores de consciência enlatadas”, “maior que a Revolução Francesa”. Sua proposta buscava inverter e subverter as ideias e inferências. Buscava apontar um novo referencial: “sem nós a Europa não teria sequer a sua pobre declaração dos direitos do homem”. Também encontramos uma preocupação com novas vozes do Direito Internacional em um grupo de autores que está preocupado com uma nova visão teórica desse ramo do Direito. Uma visão desde abaixo (desde a bajo), uma visão crítica acerca das teorias tradicionais do Direito Internacional. Sob o aspecto jurídico, ocorre uma convergência de ideias entre as TWAILs e o Manifesto ao permitirem a reflexão sobre o alcance do descolonialismo jurídico, ao trazerem nova significação das inferências e ao pretender produzir uma identidade tipicamente nacional. 

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Biografía del autor/a

Clarissa Maria Beatriz Brandão de Carvalho Kowarski, Universidade Federal Fluminense

Doutora em Direito pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Professora adjunto da Universidade Federal Fluminense e Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Direito Constitucional da Universidade Federal Fluminense (PPGDC/UFF). 

Bárbara Nogueira Nunes, Universidade Federal Fluminense

Mestranda em Direito Constitucional no Programa de Pós-Graduação em Direito Constitucional pela Universidade Federal Fluminense (PPGDC/UFF).

Citas

AFONSO, Henrique Weil e MAGALHÃES, José Luiz Quadros de. Para contar as outras estórias: direito internacional e resistência contra-hegemônica no Terceiro Mundo. Revista da Faculdade de Direito do Sul de Minas, Pouso Alegre, n. 29 (1), 2013, p. 155-182.

CHIMNI, Bhupinder Singh. Third World Approaches to International Law: A Manifesto. International Community Law Review, Londres, n. 8, 2006, p. 3-27.

DE ANDRADE, Oswald. Manifesto Antropofágico. Revista de Antropofagia. São Paulo, 1 mai. 1928, p. 3 e 7.

GALINDO, George Rodrigo Bandeira. Para que serve a história do direito internacional. Revista de Direito Internacional, Brasília, 2015, p. 339-354.

GATHII, James Thou. International Law and Eurocentricity. European Journal of International Law, Oxford, n. 9 (1), 1998, p. 184-211.

KOSKENNIEMI, Martti. O que os jusinternacionalistas deveriam aprender com Karl Marx? [What Should International Lawyers Learn from Karl Marx?]. Trad. Henrique Napoleão Alves. Velho Trapiche, 2012, p. 1-20.

MACEDO, Paulo Emílio Vauthier Borges de. O mito de Francisco de Vitória: defensor dos índios ou patriota espanhol?. Revista de Direito Internacional, Brasília, 2012, p. 1-13.

MICKELSON, Karin. Rhetoric and rage: third world voices in international legal discourse. Wisconsin International Law Journal, Madison, vol. 16, n. 2, 1998, p. 353-419.

MIÉVILLE, China. The Commodity-Form Theory of International Law: An Introduction. Leiden Journal of International Law, Leiden, n. 17, 2004, p. 271-302.

MORAL, Ignacio De La Rasilla Del. La alianza entre la civilización y el Derecho internacional entre Escila y Caribdis (o de la brevísima historia de un anacronismo jurídico). In: GAMARRA, Y. Civilizaciones, nacionalismo y Derecho internacional. Zaragoza: Institución Fernando el Católico, 2011. p. 41-60.

OKAFOR, Obiora Chinedu. Critical Third World Approaches to International Law (TWAIL): Theory, Methodology, or Both?. International Community Law Review, Londres, 2008, p. 371- 378.

RAJAGOPAL, Balakrishnan. Los derechos humanos y el Tercer Mundo: construyendo el discurso de la resistência. El derecho internacional desde abajo. International Law Students Association, Washington, 2005, capítulo 7.

RATNER, Steven e SLAUGHTER, Anne-Marie. Appraising the Methods of International Law: A Prospectus for Readers. American Journal of International Law, n. 93, 1999, p. 291-302.

TOURME-JOUANNET, Emmanuelle. Des origines coloniales du droit international: à propos du droit des gens modern au 18ème siècle. In: DUPUY, Pierre-Marie. The Roots of International Law Liber amicorum Peter Haggenmacher. Leiden/Boston: M. Nijhoff, 2014. p. 649-672.

Publicado

2017-07-15

Número

Sección

GT 3 O Direito através da literatura