MORTOS NÃO SALVAM UM PAÍS: O DESCASO E O ABANDONO DO ESTADO NO PROCESSO DE MORRER
Palabras clave:
morte, democracia, dignidade humana, direito, literatura.Resumen
RESUMO: Pobres filhos do sepulcro. Os cadáveres não se preocupam com os vivos. Aqueles que o cercam, porém, precisam se haver com a finitude da vida de um ente querido, ou, apenas de um corpo. A morte não é um momento qualquer. No presente trabalho são abordados tópicos que contribuem para a reflexão sobre a dignidade humana no processo de morrer, a partir das contribuições entre o Direito e a Literatura. De início, verifica-se como o sentimento humano apoia-se na perda, para manter a própria existência, e também como a efemeridade das relações pessoais tem nos tornado mais distantes do confronto com a morte e menos sensíveis a dor alheia. Num segundo momento são apresentadas as perspectivas atuais sobre a desconsolidação do sistema democrático. Em seguida é discutida a importância da função humanizadora da literatura na desordem e no caos. O último tema analisa a dignidade humana em sua expressão jurídica, como valor único de um ser humano para a garantia de um mínimo ético, por meio da narrativa Enterre seus mortos, de Ana Paula Maia. A metodologia utilizada será bibliográfica, com o objetivo de tornar o trabalho um espaço teórico para promover o encontro entre Direito e Literatura.
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