FAVELA: DESPEJADAS DO SUL GLOBAL

Auteurs

  • Marília Nascimento de Sousa UFSC
  • Flávia Hardt Schreiner UFBA

Mots-clés :

direitos humanos, direitos das mulheres, descolonial, interseccionalidade.

Résumé

Este artigo propõe examinar a obra de Carolina Maria de Jesus, Quarto de Despejo: diário de uma favelada, de 1960. A protagonista, nesta obra, descreve seu mundo através de sua subjetividade e conta detalhes da realidade vivenciada na periferia, espaço social resultante de uma modernidade capitalista colonial em sua variante latino-americana. Objetiva-se identificar nos relatos da autora as violações diárias aos direitos humanos no contexto retratado, bem como a situação dos corpos femininos e espaços marginalizados dentro das perspectivas descolonial e interseccional. Portanto, através das narrativas expostas nessa obra de Carolina, pretende-se identificar as violações de direitos humanos no dia a dia da protagonista e o retrato de sua condição marginalizada para retratar o contexto socioeconômico e político em que esta obra se insere. Os direitos humanos e a literatura dialogam entre si inseridos em um contexto de resistência, traduzidos pela linguagem literária de Carolina, que consiste na luta contra as normatividades obrigatórias que lhe são impostas no seu cotidiano. Este exercício constante para reconhecer-se, também se converge na e pela sua escrita, a qual reafirma sua identidade e representa um ato de resistência.

Téléchargements

Les données relatives au téléchargement ne sont pas encore disponibles.

Références

BOUTELDJA, Houria. Raça, Classe e Gênero: uma nova divindade de três cabeças. Cadernos de Gênero e Diversidade, Salvador, v. 2, n. 2, p.5-9, dez. 2016.

CARNEIRO, S. Mulheres em movimento. Estudos Avançados, v.17, n. 49, 2003.

COSTA, Joaze Bernadino; GROSFOGUEL, Ramón. Decolonialidade e perspectiva negra. In: Revista Sociedade e Estado. Vol. 31.N. 1. Brasília: 2016.

CRENSHAW, K. W. Demarginalizing the Intersection of Race and Sex: A Black Feminist Critique of Antidiscrimination Doctrine, Feminist Theory and Antiracist Politics. University of Chicago Legal Forum 1989:139-167.

______In: Mapping the margins: Intersectionality, Identity Politics and Violence Against Women of Color. Stanford Law Review, 43, 1991.

CURIEL, O. Crítica poscolonial desde las prácticas políticas del feminismo antirracista. Nómadas, 26, 92-101, 2007.

DUSSEL, Enrique. 1492: o encobrimento do outro (a origem do mito da modernidade). Conferências de Frankfurt. Trad. Jaime A. Clasen. Petrópolis: Vozes, 1993.

GROSFOGUEL, Ramón. Para descolonizar os estudos de economia política e os estudos pós-coloniais: transmodernidade, pensamento de fronteira e colonialidade global. Revista Crítica de Ciências Sociais, n.80, p 115-147, mar. 2008.

JESUS, Carolina Maria de (1960). Quarto de despejo: diário de uma favelada. 6. ed. São Paulo: Francisco Alves.

MENDOZA, B. (2010). La epistemología del sur, la colonialidad del género y el feminismo latinoamericano. En Y. Espinosa (Coord.), Aproximaciones críticas a las prácticas teórico-políticas del feminismo latinoamericano (pp. 19-36). Vol. I. Buenos Aires: En la Frontera.

QUIJANO, Aníbal. Colonialidad del poder, eurocentrismo y América Latina. In: LANDER, Edgardo (org.). La colonialidad del saber: eurocentrismo y ciencias sociales. Perspectivas Latinoamericanas. Buenos Aires: CLACSO, 2000.

_____In: Des/colonialidad y bien vivir – Un nuevo debate en América Latina. Lima: Universidad Ricardo Palma, 2014.

SACAVINO, Susana Beatriz; CANDAU, Vera Maria. Multiculturalismo, interculturalidad y educación: contribuciones desde América Latina. 1ª. ed. Bogotá: Ediciones Desde Abajo, 2015, p. 12.

WALSH, Catherine. Interculturalidad, descolonización del Estado y del conocimiento. Buenos Aires: Del Signo. 2006.

WOLKMER, Antonio Carlos. Introdução ao pensamento jurídico crítico. 9 ed.São Paulo: Saraiva, 2015

Téléchargements

Publiée

2019-10-11

Numéro

Rubrique

GT 2 Direito, linguagem e narrativa