O SINCRETISMO RELIGIOSO COMO ESTRATÉGIA DE RESISTÊNCIA ÀS OPRESSÕES NO CENÁRIO DE UMA LAICIDADE EM CONSTRUÇÃO: VIVA ZÉ-DO-BURRO, COM AS BÊNÇÃOS DE IANSAN!

Auteurs

  • Sérgio Luís Tavares Grupo de Pesquisa Direitos Humanos e Transformação Social, vinculado à Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) http://orcid.org/0000-0001-9094-5574
  • Maria Inês Lopa Ruivo Grupo de Pesquisa Direitos Humanos e Transformação Social, vinculado à Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO)

Mots-clés :

Liberdade religiosa, sincretismo religioso, laicidade, Dias Gomes, Brasil

Résumé

Este artigo discorre sobre a importância do sincretismo religioso como instrumento de resistência cultural contra as condutas violadoras do direito à liberdade religiosa, historicamente praticadas no Brasil desde a colonização, em detrimento das religiosidades minoritárias, notadamente as de matriz africana. Os ajustes sincréticos associaram divindades e símbolos das crenças trazidas pelos negros africanos, escravizados no Brasil, aos elementos da fé católica oriunda do colonizador português. A obra O pagador de promessas, de Dias Gomes, aborda a questão do sincretismo, ao enfatizar a intolerância religiosa que vitimou Zé-do-Burro, após sua tentativa de pagar uma promessa, a par do sincretismo religioso entre o orixá africano Iansan e a santa católica Bárbara. A trama serve para contextualizar episódios contemporâneos de violações à liberdade religiosa e evidenciar o processo inacabado de laicização no Brasil. A pesquisa demanda levantamento bibliográfico e documental, constante de livros, artigos científicos, legislação e editoriais publicados, a partir do referencial da mencionada obra literária de Dias Gomes, empregando-se o método sociojurídico-crítico, numa perspectiva analítica e indutiva.

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Bibliographies de l'auteur

Sérgio Luís Tavares, Grupo de Pesquisa Direitos Humanos e Transformação Social, vinculado à Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO)

Mestre em Direito Público e Evolução Social pela Universidade Estácio de Sá (UNESA). Especialista em Direito Público pela Universidade Estácio de Sá (UNESA). Especialista em Direito e Estado pela Universidade Cândido Mendes (UCAM). Graduado em Teologia pela Faculdade de Ciências, Educação e Teologia do Norte do Brasil (FACETEN). Pesquisador do Grupo de Pesquisa Direitos Humanos e Transformação Social da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), coordenado pela Professora Pós-Dra. Edna Raquel R. S. Hogemann. Professor. Advogado.

Maria Inês Lopa Ruivo, Grupo de Pesquisa Direitos Humanos e Transformação Social, vinculado à Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO)

Graduanda em Direito pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO). Pesquisadora do Grupo de Pesquisa Direitos Humanos e Transformação Social da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, coordenado pela Professora Pós-Dra. Edna Raquel Hogemann. Bolsista-extensionista do Projeto Observatório de Desenvolvimento Econômico e Social da Baixada Fluminense. CV Lattes: http://lattes.cnpq.br/4832836997310407. E-mail: inesruivocp2@gmail.com

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Publiée

2021-12-08

Numéro

Rubrique

GT 3 O Direito através da literatura