A REINVENÇÃO DA POESIA E DO DIREITO DO TRABALHO: UM PARALELO ENTRE O PRINCÍPIO DA PROTEÇÃO E OS VERSOS DAS IGNORÃÇAS DE MANOEL DE BARROS

Résumé

A poesia de Manoel de Barros é marcante, tanto pela temática que traz em sua linguagem, quanto pela forma inusitada como (re)configura essa matéria enquanto dizer. O espaço da escrita possibilita o exercício de uma (des)aprendizagem em que convenções, hábitos e valores são deslocados da lógica que os sustenta, para rearranjá-los em nova esfera de significação. Até que ponto esse desarranjo do habitual pela operação poética relaciona-se com o paradigma da visão protetiva do Direito do Trabalho – eis o propósito deste artigo.O objetivo desse trabalho é fazer a análise da estrutura nuclear desse princípio, a partir da poética de reinvenção de Manoel de Barros, considerando as inovações legislativas recentes (Lei 13.467/2017 e Medidas Provisórias 926, 936/2020), que promoveram a quebra do paradigma principiológico protetivo. Como aporte para este ensaio jurisprudência, evolução legislativa e pesquisas sobre as reinvenções das relações de trabalho, no contexto criado pela COVID-19. Sob esse enfoque, será averiguado o papel da poesia para a melhor aplicação da lei, tendo como modelo: a contribuição poética de Manoel Barros diante da ruptura dos cânones de interpretação.