A lesão ao princípio do devido processo legal na obra “O estrangeiro”, de Albert Camus: aspectos garantistas do devido processo legal e a influência dos fatores legais determinantes

Autori

  • Rosália Maria Carvalho Mourão Faculdade Santo Agostinho – FSA
  • Hamílcar Giúlio Brito de Sena Oliveira Faculdade Santo Agostinho – FSA
  • Lorenna Costa Oliveira Faculdade Santo Agostinho – FSA

Parole chiave:

estrangeiro, processo legal, fatores sociais determinantes, decisão convencida.

Abstract

O presente trabalho se propõe a analisar a lesão ao Princípio do Devido Processo Legal na obra O estrangeiro de Albert Camus, escrita em 1957, utilizando-se de um enfoque jus-filosófico e antropológico, onde se procurará delimitar a influência dos fatores sociais determinantes no curso do Processo, bem como a espetacularização judicial; além do mecanismo de Decisão Convencida do magistrado. Partindo-se da análise de conjunturas políticas e sociais que servem para compreender a forma como se dá a construção da sentença judicial, observa-se como um Estado que, em tese, deveria assegurar o império da Democracia e da Justiça, se curva a conceitos pré-constituídos e pré-julgados, encapados de uma pseudolegalidade, que nada mais fazem que distanciar os indivíduos que apresentam tendências comportamentais diferenciadas, por meio da busca quimérica de homogeneização social excludente e da persecução de um monismo jurídico desumanizador e míope. No conceito apresentado por Albert Camus, em sua célebre obra – marco do existencialismo absurdista que despontara no século XX – tal qual como acontece no processo kafkiano, o indivíduo passa a ser visto despido de sua humanidade, desconsiderando-se sua condição humana e passando a receber o mesmo tratamento que se destina a um mero amontoado de papeis que compõe autos – analisado, nesse cenário, por juízes cada vez mais mecânicos e desprovidos de sensibilidade, que se isolam em suas togas como deuses no Olimpo.

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Biografie autore

Rosália Maria Carvalho Mourão, Faculdade Santo Agostinho – FSA

Mestra em Estudos Literários pela Universidade Federal de Pernambuco – UFPI; Graduada em Direito pelo Instituto Camilo Filho – ICF; Professora de Direito e Literatura da Faculdade Santo Agostinho – FSA.

Hamílcar Giúlio Brito de Sena Oliveira, Faculdade Santo Agostinho – FSA

Graduando de Direito do 10º Período da Faculdade Santo Agostinho – FSA.

Lorenna Costa Oliveira, Faculdade Santo Agostinho – FSA

Graduanda de Direito do 8º Período da Faculdade Santo Agostinho – FSA

Riferimenti bibliografici

ACHUTTI, Daniel. O processo penal entre a clareza da racionalidade jurídica e a complexidade da cultura contemporânea: apontamentos desde o Ensaio sobre a cegueira e O estrangeiro. In: SÖHNGEN, Clarice Beatriz da Costa; PANDOLFO, Alexandre Costi. (Org.) Encontros entre Direito e Literatura II – ética, estética e política. Porto Alegre: EdiPUCRS, 2010. p. 21-35.

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COSTA, Renata Almeida da. Albert Camus e o processo penal: aporte garantistas ao interrogatório do “estrangeiro”. In: TRINDADE, André; SCHWARTZ, Germano (Org.) Direito e literatura: o encontro entre Themis e Apolo. Curitiba: Juruá, 2008. p. 221-236.

GONZÁLEZ, Horacio. Albert Camus: a libertinagem do sol. São Paulo: Brasiliense, 2002.

MORAES, Alexandre de. Direito constitucional. São Paulo: Atlas, 2010.

SÖHNGEN, Clarice Beatriz da Costa; PANDOLFO, Alexandre Costi. (Org.) Encontros entre Direito e Literatura II: ética, estética e política. Porto Alegre: EdiPUCRS, 2010.

TRINDADE, André; SCHWARTZ, Germano (Org.) Direito e literatura: o encontro entre Themis e Apolo. Curitiba: Juruá, 2008.

Pubblicato

2016-06-29

Fascicolo

Sezione

GT 1