A HUMANIDADE SOU EU: TOBIAS BARRETO E O IDEAL ASCÉTICO DA POESIA NA CRIAÇÃO CULTURAL DO DIREITO

Abstract

No conflito entre o poeta e o filósofo, Tobias Barreto buscou restaurar um fundamento especulativo para a compreensão do direito. O direito, para ele, se revelaria um contínuo ouroboros: a força que devorou a própria força. Ele é causa e produto, movimento e sentimento. O realce que o autor deu ao sentimento e à vontade demonstra o caráter artístico e teleológico de sua tarefa. No monismo filosófico buscado, em que tudo ascende na força do embate e do desenvolvimento, há uma multiplicidade fundada na unidade. Esse caráter unitário e sintetizante toca-se no destino ascético do poeta-filósofo. O momento da criação poética, em seu poder de abstração, encontra-se com o caráter teleológico do fenômeno jurídico. Dessa maneira, o trabalho busca aproximar-se do espírito da obra de Tobias Barreto, identificando a força da palavra poética, no seu ideal ascético. Analisando sua obra filosófica e poética, pretende desvelar como o pensador compreende o fim do direito a partir do sentimento. Como criações culturais, o direito e a poesia estão presentes e unidos na constituição social. A partir de sua visão sobre a poesia, permissora do momento de liberdade, pode-se compreender de que maneira ele fixou o conceito e o fim do direito.