O HOMEM QUE RI: AS CICATRIZES SOCIAIS À LUZ DA TEORIA DO LABELLING APPROACH
Parole chiave:
Direito e Literatura, Criminologia Crítica, Teoria do Etiquetamento, Victor HugoAbstract
Propõe-se explorar na obra “O Homem que Ri”, de Victor Hugo, conceitos e exemplificações da Teoria Criminológica do “Labelling Approach”. Por meio de uma revisão bibliográfica com abordagem comparativa e interdisciplinar, verifica-se que o romance exemplifica o que dispõe a referida teoria criminológica. Isto porque, assim como o personagem hugoano, Gwynplaine - menino órfão, pobre, que, ainda na infância, fora mutilado por traficantes de crianças que lhe cortaram os dois lados da boca, formando um sorriso permanente em seu rosto-. é visto como um monstro pela Aristocracia, contemporaneamente, a sociedade e as instituições sociais atribuem estigmas a certos indivíduos, rotulando-os como criminosos ou, como diria o romancista francês, à “monstros”, que se resumem às suas cicatrizes sociais. Assim como a criminologia tem por objeto de estudos o crime, o criminoso, a vítima e o controle social, verifica-se no romance abordado, como a alta sociedade inglesa percebia o protagonista por suas cicatrizes. De forma irônica e delicada, Victor Hugo traz reflexões atuais e pertinentes sobre diversos temas, dentre eles as lutas sociais, estigmas impostos e justiça, temas que serão abordados na presente pesquisa. Dessa forma, será possível compreender melhor as teorias criminológicas, por meio de uma exemplificação prática.
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