As múltiplas veredas de “Os sertões”: planalto e planícies
Parole chiave:
literatura, instituições, direitos, democracia, vida social.Abstract
O clássico “Os sertões”, de Euclides da Cunha, apresenta-se como um daqueles trabalhos de inesgotáveis possibilidades reflexivas, cujo resultado é um documento polifônico que nos permite pensar o homem, a sociedade e suas instituições em múltiplas acepções. Dentre as inumeráveis questões que podem ser suscitadas pela leitura dessa obra literária, algumas se referem a processos sociais que se encontram em fina sintonia com os temas dos direitos humanos e da democracia. Já em Montesquieu, na obra “O espírito das leis”, deparamos com um conjunto de considerações acerca da necessidade de uma adequação entre as leis e uma variedade de fatores como: meio ambiente, raça, cultura, clima, história, etc. Mobilizaremos o tema do institucionalismo, principalmente na passagem da Monarquia para a República, e procuraremos pensar a obra “Os sertões” como uma trágica evidência dos limites da perspectiva institucionalista. Por fim, Charles Taylor, em seu trabalho Ética da autenticidade, nos conduz a reflexões sobre as delicadas condições que emergem no mundo moderno em torno da disputa entre os Direitos Universais (aquilo que se traduz na ideia de política da igualdade) e manifestações particulares que almejam o direito à diferença (aqui nomeada política da diferença).
Downloads
Riferimenti bibliografici
AMARAL, Antonio Azevedo. O estado autoritário e a realidade nacional. Rio de Janeiro: José Olympio, 1938.
CAMPOS, Francisco. O estado nacional. Rio de Janeiro: José Olympio, 1940.
CUNHA, Euclides da. Os Sertões. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1989.
CUNHA, Euclides da. Da Independência à República, In: CUNHA, Euclides da (Ed.) À margem da história. São Paulo: Martins Fontes, 1999.
DUARTE, Nestor. A ordem privada e a organização social. São Paulo: Comp. Editora Nacional, 1966.
MONTESQUIEU, Charles Louis de. O espírito das leis. São Paulo: Martins, 2005.
TAYLOR, Charles. As fontes do self: a construção da identidade moderna. São Paulo: Loyola, 1997.
TAYLOR, Charles. The ethics of authenticity. Cambridge: Harvard University Press, 1991.
TAYLOR, Charles. The politics of recognition. In: GUTMANN, A. (Ed.). Multiculturalism: examining the politics of recognition. Princeton: Princeton University Press, 1994.
TORRES, Alberto. A organização nacional. Brasília: Editora UnB, 1982.
VIANA, Oliveira. Instituições políticas brasileiras. Rio de Janeiro: José Olímpio, 1949. 2v.
VIANA, Oliveira. Populações meridionais do Brasil. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1973.