O TOTALITARISMO EM O CONTO DA AIA

Resumo

Em O Conto da Aia, Margaret Atwood narra experiências de opressão e privação de direitos em meio à ascensão e ao estabelecimento de uma teocracia cristã, no século XX, que inaugura um sistema disruptivo e violento, especialmente em relação às mulheres. O que esta obra da literatura nos ensina sobre o totalitarismo? Esse questionamento conduz à interpretação de O Conto da Aia à luz do pensamento de Hannah Arendt, que em suas principais obras nos apresenta uma análise do totalitarismo, seus elementos e métodos de domínio. Pretende-se uma análise pela abordagem teórico-metodológica do Direito na Literatura, através da qual uma disciplina serve de instrumento para a compreensão da outra. Traça-se como hipótese que o cenário de ficção ilustrado em O Conto da Aia tem características de um regime totalitário e encontra explicação no pensamento político arendtiano. Ao final, conclui-se que a obra de Atwood tem o potencial de tornar mais acessível a compreensão dos mecanismos de ascensão, estabelecimento e funcionamento de regimes totalitários e sobre a fragilidade dos direitos humanos e as dificuldades para a sua efetivação em conjunturas de desamparo ou deliberada anulação de determinados sujeitos por parte do Estado.