UMA ANÁLISE SOBRE AS RELAÇÕES DE PODER E OS MODELOS DE JUIZ NA OBRA MEDIDA POR MEDIDA DE SHAKESPEARE

Autores

  • Ana Carolina Vasconcelos de Medeiros Chaves Pontifícia Universidade Católica de Goiás

Palavras-chave:

Enfoque Zetético Jurídico, Shakespeare, Modelos de Juiz, Marxismo.

Resumo

Este artigo, por meio de uma perspectiva interdisciplinar amparado pelo enfoque zetético jurídico, tem por intuito analisar as relações de poder no exercício das atividades jurisdicionais e compreender de que maneira os modelos de juiz, desenvolvidos por François Ost, perduram-se no tempo. Analisando a obra Medida por Medida, de Shakespeare, foi possível identificar o direito enquanto instrumento político e o conflito social em busca do monopólio da interpretação da norma. Conclui-se que a literatura é instrumento essencial para a constatação da história do pensamento jurídico e para a formação humanística dos operadores do direito. A partir das análises marxistas da filosofia crítica, foi possível compreender o papel do direito para a construção da sociedade de classes e das interpretações da norma para a manutenção do status quo.

 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

AGUIAR, Roberto A. R. de. Direito, Poder e Opressão. São Paulo: Editora Alfa-Ômega, 1984. 184p.

AZEVEDO, Silvagner Andrade. Direito e Jurisdição: Três Modelos de Juiz e Seus Correspondentes Mitológicos na Obra de François Ost. Revista Direito Público. Brasília, v. 8, n. 44, p.32-46, 2011.

BARROSO, Ivo. Apresentação. In: SHAKESPEARE, William. 2. ed. Medida por medida. Porto Alegre: L&PM POCKET, 2014. p. 11-17.

BÍBLIA, N. T. Mateus. In: Sagrada bíblia. Barueri: Nostrum Editora, 2014. p. 5298.

BOAS, Frederick S.. Shakspeare and his predecessor. Londres: Rupa & Co., 1963. 524p.

DUARTE, Melina. A Lei do Talião e o princípio entre crime e punição na Filosofia do Direito de Hegel. Revista Eletrônia Estudos Hegelianos. v. 6, n.10, p. 75-85, jun. 2009.

HELIODORA, Bárbara. Expressão dramática do homem político em Shakespeare. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1978. 338p.

HELIODORA, Bárbara. Por que ler Shakespeare. São Paulo: Globo, 2008. 96p.

NEVES, José Roberto de Castro.6. ed. Medida por medida: o direito em Shakespeare. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2019. 414p.

MASCARO, Alysson. Utopia e direito: Ernest Bloch e a ontologia jurídica da utopia. São Paulo: Quartier Latin, 2008. 198p.

______. Filosofia do direito. São Paulo: Atlas, 2016. 531p.

______. Introdução ao estudo do direito. São Paulo: Atlas, 2019. 284p.

OLIVEIRA, Maria Regina de. Shakespeare e o direito. Rio de Janeiro: Forense, 2015. 147p.

OST, François. Júpiter, Hércules e Hermes: tres modelos de juez. Revista Doxa – Cuadernos de Filosofia del Derecho, Universidad de Alicante, n. 14, p.169-194, 1993.

PACHUKANIS, E.B..Teoria geral do direito e marxismo.São Paulo: Editora Acadêmica, 1988. 136p.

SHAKESPEARE, William. 2. ed. Medida por medida. Porto Alegre: L&PM POCKET, 2014. 134p.

SKOP, Martin. Law and literature – a meaningful connection. In: Filozofia publiczna i edukacja demokratyczna, v. 04, n.01, p.06-20, 2015.

SPENGLER, Fabiana Marion; SPENGLER, Theobaldo. O direito, a literatura, o mito e o juiz: construções em torno do verbo "decidir". Revista De Estudos Constitucionais, Hermenêutica E Teoria Do Direito, n.3, p.102-110, jan.-jun. 2011.

STUCKA, Petr Ivanovich. Direito e luta de classes: teoria geral do direito. São Paulo: Editora Acadêmica, 1988. 176p.

STRECK, Lenio. Os modelos de juiz e a literatura. In: STRECK, Lenio; KARAM, André (Org.). Os Modelos de Juiz: Ensaios de Direito e Literatura. São Paulo: Atlas, 2019. p.227-236.

TILLYARD. E.m.w. Shakespeares history plays. Edimburgo: Peguin Books, 1944. 249p.

Downloads

Publicado

2021-12-08

Edição

Seção

GT 3 O Direito através da literatura