O PROTAGONISMO FEMININO NO SERTÃO NORDESTINO: REAL E FICCIONAL EM TORTO ARADO

Autores

Palavras-chave:

Literatura, Sertão nordestino, Mulheres, Desigualdade de gênero, Patriarcado.

Resumo

O trabalho intenta discutir a desigualdade de gênero no contexto do Sertão nordestino, bem como examinar os fatores que colaboram para o atraso no processo emancipatório da mulher sertaneja a partir da obra Torto arado, de Itamar Vieira Junior. Para tanto, adota-se o percurso analítico-interpretativo dos estudos em direito e literatura (Karam, 2017), a fim de explicitar a correspondência entre ficcional e real no que se refere à violência praticada contra a mulher no sertão nordestino, bem como evidenciar o papel de coadjuvância das mulheres em suas próprias trajetórias e a necessidade de seu protagonismo e voz, uma vez que são habitualmente silenciadas e postas em segundo plano diante da figura masculina e do discurso patriarcal opressor. Busca-se, assim, abordar a (in)efetividade da aplicação dos direitos da mulher, com enfoque no espaço sertanejo.

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Biografia do Autor

Maria Eduarda Negrão de Miranda Lopes, Centro Universitário UniFG

Graduanda em Direito pelo Centro Universitário UNIFG. Membro do Núcleo Baiano de Direito e Literatura (SERTÂO).

Henriete Karam, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)

Mestre em Teoria Literária pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) e Doutora em Estudos Literários pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Professora do Programa de Pós-Graduação em Direito do Centro Universitário FG (UniFG). Professora Colaboradora do Programa de Pós-Graduação em Letras da UFRGS, Professora Convidada do Curso de Especialização em Psicanálise da UNISINOS. Membro Fundadora da Rede Brasileira Direito e Literatura (RDL). Editora da Anamorphosis - Revista Internacional de Direito e Literatura. Psicanalista.

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Publicado

2022-11-10

Edição

Seção

GT 1