“HÁ ANDARES INFERIORES EM TODAS AS PESSOAS, É ONDE MORAMOS”: PENSAR A PUNIÇÃO DESDE A ORESTEIA ATÉ SANDMAN A PARTIR DA FUNÇÃO VINDICATIVA DAS FÚRIAS

Autores

  • Pedro Henrique do Prado Haram Colucci Faculdade de Direito de Franca - FDF
  • Luizi Lopes Graduada em Antropologia pela Universidade Federal de Pelotas (UFPEL),

Palavras-chave:

Mito, Punição, Função da pena, Vingança privada.

Resumo

O presente trabalho visa investigar as manifestações do mito literário das personagens denominadas “Fúrias” na saga de histórias em quadrinhos Sandman e nas peças da Oresteia, buscando suas possíveis implicações para a legitimação da pena. No gibi, assim como nos mitos e na Oresteia de Ésquilo, as Fúrias representam entidades que exercem a função de punir aqueles que cometem crimes contra o próprio sangue. Dentro deste cenário posto, entendendo que grande parte da estrutura mitológica formadora da nossa ideia de sociedade ocidental foi fundamentada através das narrativas da Antiguidade Clássica, procura-se com a escolha deste corpus de mídia marginal dos quadrinhos, percorrer a seguinte indagação: É possível separar a função mítica da pena, a função vindicativa genética da punição, dos próprios discursos legitimadores do direito penal? Assim, a análise da figura das Fúrias dentro do enredo de Sandman e da tradição mitológica, suscita novos prismas sobre as fragilidades das teorias da pena e, especialmente, sobre seus modelos hegemônicos de prevenção, que visam conferir dispositivos de limitação ao poder violento de punir do Estado, e que por fim acabam projetando uma função para a pena tão mítica quanto a própria concepção de justiça.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Pedro Henrique do Prado Haram Colucci, Faculdade de Direito de Franca - FDF

Graduando em Direito pela Faculdade de Direito de Franca (FDF), Ribeirão Preto - São Paulo, Brasil. Membro do Grupo de Pesquisa Direito e Literatura: Um olhar para as questões humanas e sociais a partir da Literatura: LEGENTES (PUC Minas/CNPq). Lattes: http://lattes.cnpq.br/9401641331417488. E-mail: haramcolucci@gmail.com.

Luizi Lopes, Graduada em Antropologia pela Universidade Federal de Pelotas (UFPEL),

Graduada em Antropologia pela Universidade Federal de Pelotas (UFPEL), Pelotas - Rio Grande do Sul, Brasil. Lattes: http://lattes.cnpq.br/5852012656660811 Email: luizilopes.o@gmail.com.

Referências

BRANDÃO, Junito de Souza. Mitologia grega. Petrópolis, Vozes, 1997.

CHEVALIER, Jean; GHEERBRANT, Alain. Dicionário dos símbolos: Mitos, sonhos, costumes, gestos, formas, figuras, cores, números. 28ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 2015.

ELIADE, Mircea. Imagens e Símbolos: ensaio sobre o simbolismo mágico-religioso. São Paulo: Martins Fontes, 1991.

ÉSQUILO. Oréstia. Tr. Mário da Gama Kury. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2003.

FROMM, Erich. Anatomia da destrutividade humana. Rio de Janeiro: Zahar, 1975.

GAIMAN, Neil. SANDMAN – Edição Definitiva volume 4. Barueri, São Paulo: Ed. Panini Books, 2013.

LÉVI-STRAUSS, Claude [1955] (2000). Tristes Trópicos. Tradução de Rosa Freire D’Aguiar. São Paulo, Cia das Letras.

LÉVI-STRAUSS, Claude. Antropologia Estrutural. São Paulo: Cosac Naify, 2008.

LÉVI-STRAUSS, Claude. Mito e Significado. Lisboa: Edições 70, 1978.

LÉVI-STRAUSS, Claude. O Cru e o Cozido. Mitológicas I. São Paulo: Cosac &Naify, 2004.

MCCONNELL, Frank. Introdução. In: GAIMAN, Neil. SANDMAN – Edição Definitiva volume 4. Barueri, São Paulo: Ed. Panini Books, 2013.

RUSCHE, Georg; KIRCHHEIMER, Otto. Punição e Estrutura Social. 2a Ed. Rio de Janeiro:

VANZOLINI, Patrícia. Teoria da Pena: Sacrifício, Vingança e Direito Penal. São Paulo: Tirant Lo Blanch, 2020.

Downloads

Publicado

2022-11-10

Edição

Seção

GT 4 Direito e Humanidades