As biografias não autorizadas e a ilegitimidade da ficção

Autores

  • Melina Girardi Fachin Universidade Federal do Paraná (UFPR)

DOI:

https://doi.org/10.21119/anamps.21.97-111

Palavras-chave:

biografias não autorizadas, literatura, liberdade de expressão, intimidade.

Resumo

O presente artigo tem como objeto de reflexão a temática das biografias não autorizadas. A escolha de entrever o tema não apenas pelo viés jurídico, mas em diálogo com a literatura, abre a temática para novos planos. Isso porque os limites do sujeito e personagem nem sempre estão claros para definir os contornos da intimidade e do público. Do ponto de vista jurídico, o recente julgamento do Supremo Tribunal Federal, na ADI 4815, deu mais luz ao debate que não se encerra, haja vista o sentido não absoluto e genérico que as garantias da liberdade de expressão e de defesa da intimidade e vida privada gozam em nosso ordenamento constitucional. Com tudo considerado, partindo da premissa de que a autorização prévia para a publicação de biografias configura em si uma forma de censura, pretende-se enfrentar a temática considerando a porosidade e o arejamento que o discurso literário pode oferecer ao tema.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Melina Girardi Fachin, Universidade Federal do Paraná (UFPR)

Doutora em Direito Constitucional, com ênfase em direitos humanos, pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Visiting researcher da Harvard Law School. Mestre em Filosofia do Direito Constitucional pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Professora da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Membro do Conselho Permanente de Direitos Humanos do Estado do Paraná e da Comissão de Direitos Humanos da OAB/PR. CV Lattes: http://lattes.cnpq.br/1368334568714375.

Referências

ALEXY, Robert. Teoria de los Derechos Fundamentales. Madri: Centro de Estúdios Políticos y Constitucionales, 2001.

BARBOZA, Estefânia Maria de Queiroz. Escrevendo um romance por meio dos precedentes judiciais: uma possibilidade de segurança jurídica para a jurisdição constitucional brasileira. A&C – Revista de Direito Administrativo & Constitucional, Belo Horizonte, ano 14, n. 56, p. 177-207, abr./jun. 2014.

BARROSO, Luis Roberto. Colisão entre liberdade de expressão e direitos da personalidade: critérios de ponderação; interpretação constitucionalmente adequada do código civil e da lei de imprensa. RTDC – Revista Trimestral de Direito Civil, v. 4, n. 16, p. 59-102, out./dez., 2003.

CALVO GONZÁLEZ, José. Libertad de expresión artística. ¿Equilibrio de Derechos, o Derechos en equilibrio? Dikaiosyne – Revista semestral de Filosofía práctica (Grupo Logos: Filosofía, Derecho y Sociedad. Centro de Investigaciones Jurídicas. Universidad de Los Andes. Mérida. Venezuela), Año XI, n. 21 p. 7-46, Julio-Diciembre 2008. Disponível em: <http://www.saber.ula.ve/bitstream/123456789/26385/1/articulo1.pdf>. Acesso em: 30 set. 2015.

CANDEIA, Karla. Um novo censor nas paradas. Observatório da imprensa, ed. 433, 18/05/2007. Disponível em: <http://observatoriodaimprensa.com.br/caderno-da-cidadania/um-novo-censor-nas-paradas>. Acesso em: 30 set. 2015.

DOWKIN, Ronald. Decisions in hard cases should be and are based on arguments of principle. Hard Cases Harvard Law Review, n. 6, n. 88, p. 1057-1109, Apr. 1975.

DWORKIN, Ronald. Levando os direitos a sério. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2007.

GADAMER, H. G. Verdade e método. Rio de Janeiro: Vozes, 1997.

GORDON, Jill. John Stuart Mill and the "Marketplace of Ideas”. Social Theory and Practice, n. 23, v. 2, p. 235-249, Summer 1997.

HÄBERLE, Peter. Círculo aberto dos intérpretes da Constituição. Porto Alegre: Sérgio Fabris, 1997.

KRELL, Andreas Joachim. Direitos sociais e controle judicial no Brasil e na Alemanha: os (des)caminhos de um direito constitucional "comparado". Porto Alegre: Sergio Antonio Fabris, 2002.

MACHADO, Jónatas E. M. Liberdade de expressão: dimensões constitucionais da esfera pública no sistema social. Coimbra: Coimbra, 2002.

MENDES, Conrado Hübner. Direitos fundamentais, separação de poderes e deliberação. Tese (Doutorado em Ciência Política) - Universidade de São Paulo – USP, São Paulo, 2008. Disponível em: . Acesso em: 20 dez. 2012.

MORAES, Maria Celina Bodin de. Recusa à realização do exame de DNA na investigação de paternidade e direitos da personalidade. In: BARRETO, Vicente. A nova família. Rio de Janeiro: Renovar, 1994. p. 169-194.

SALDANHA, Nelson. O jardim e a praça: o privado e o público na vida social e histórica. São Paulo: Edusp, 1993.

SCHREIBER, Anderson. Direitos da personalidade. São Paulo: Atlas, 2011.

Publicado

2016-08-24

Como Citar

FACHIN, M. G. As biografias não autorizadas e a ilegitimidade da ficção. ANAMORPHOSIS - Revista Internacional de Direito e Literatura, Porto Alegre, v. 2, n. 1, p. 97–111, 2016. DOI: 10.21119/anamps.21.97-111. Disponível em: https://periodicos.rdl.org.br/anamps/article/view/216. Acesso em: 13 mar. 2025.

Edição

Seção

Artigos