Prisión intelectual: censura estatal en libros que componen proyectos de remisión de pena
DOI:
https://doi.org/10.21119/anamps.8.1.e899Palabras clave:
remição de pena, legislação, leitura, direito à literatura, censuraResumen
La remisión de pena por lectura no tiene fuerza de ley, pero, por resolución 391 del Consejo Nacional de Justicia (2021), permite a los condenados reducir unos días de prisión. En febrero de 2020, sin embargo, la Secretaría de Administración Penitenciaria (SAP), a través de su Fundación (Funap/SP), censuró 12 obras que formarían parte de la colección itinerante de las cárceles de São Paulo. Buscamos comprender, a través del análisis del discurso bakhtiniano (2010), las posibles razones que hicieron que estos libros fueran objeto de censura, pero seleccionamos para el análisis solo Cabo de Guerra, de Ivone Benedetti, por haber sido finalista de un importante premio literario en 2010 y por su narrativa verbal e imaginería. La discusión propuesta se basa en tres ejes: historia de la censura en Brasil; Propósitos de las penas y problematización de la política brasileña de penas. Reconocemos que la deshumanización de los reclusos en las cárceles nacionales está alineada con la mirada técnico-jurídica, a pesar de la legislación nacional, que valora la cartilla humanista. Concluimos que el silenciamiento y marginación de los presos es potenciado por acciones como la Funap/SP, especialmente cuando les impide conocer libros de que tratan aspectos de la vida de los cuales son víctimas y perpetradores: traición, miedo, violencia y política.
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