A teoria da decisão e o homem que confundiu a mulher com um chapéu

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DOI :

https://doi.org/10.21119/anamps.42.595-614

Mots-clés :

direito e literatura, decisão judicial, ativismo judicial, autonomia do direito.

Résumé

A inspiração para este ensaio surge a partir do conto literário de Oliver Sacks - O homem que confundiu a mulher com um chapéu. A proposta é evidenciar interfaces possíveis e necessárias entre Direito e Literatura, sem desatender exigências metodológicas mínimas. O objeto da reflexão é a decisão judicial e a problemática do ativismo judicial. Especificamente, pretende-se explorar, a partir do conto literário, (a) a importância da narrativa para o Direito e (b) os limites da atuação jurisdicional, tudo isso no contexto da Constituição trintagenária. Tudo isso, com vistas a estabelecer um diálogo entre aquele conto e os principais referenciais teóricos que orientam o argumento central.

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Biographie de l'auteur

Angela Araújo da Silveira Espíndola, Centro Universitário FG (UniFG)

Doutora e Mestre em Direito (UNISINOS). Professora Permanente do Programa de Pós-Graduação em Direito do Centro Universitário de Guanambi (UNIFG/BA) e Professora Colaboradora do Programa de Pós-Graduação em Direito da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM/RS). Membro Fundadora e Vice-Presidente da Rede Brasileira Direito e Literatura (RDL).

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Publiée

2018-12-30

Comment citer

ESPÍNDOLA, A. A. da S. A teoria da decisão e o homem que confundiu a mulher com um chapéu. ANAMORPHOSIS – Revue internationale de droit et littérature, Porto Alegre, v. 4, n. 2, p. 595–614, 2018. DOI: 10.21119/anamps.42.595-614. Disponível em: https://periodicos.rdl.org.br/anamps/article/view/523. Acesso em: 21 sept. 2024.

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