Justiça restaurativa: um metamorfismo prático-conceitual de justiça à luz de “Capitães da areia”

Autores/as

Palabras clave:

Sistema penal, justiça restaurativa, justiça social, equidade, "Capitães da areia".

Resumen

Apesar das revoluções históricas e filosóficas terem inspirado a sociedade, nota-se, ainda muito difundida, a ideologia de uma justiça retributiva e compensatória. A justiça restaurativa surge como contraponto para assegurar as liberdades individuais, a dignidade humana a todos, e não somente aos mais afortunados ou à determinada parcela da sociedade, “merecedora” da justiça. Em comemoração ao aniversário de 80 anos da publicação da obra Capitães da Areia, o artigo tem como objetivo expandir sua leitura para uma análise acerca da notável presença da justiça retributiva na cultura brasileira, que perdura até hoje no sistema penal. Mostrará a prática punitiva e compensatória voltada, na obra em análise, para menores infratores, em sua maioria, órfãos e reincidentes. Com amparo em Uma Teoria de Justiça de John Rawls, o texto pretende expor a necessidade da transformação prático-conceitual da justiça que é aplicada até hoje e propor a aplicação da justiça restaurativa na sociedade. 

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Biografía del autor/a

Sabrina Artico Bragante, Universidade de Uberaba

Graduanda em Direito pela Universidade de Uberaba (UNIUBE)

Citas

AMADO, Jorge. Capitães da areia. 98ª ed. Rio de Janeiro: Editora Record, 1999. 268p.

COLET, Charlise Paula; COSTA, Marli Marlene M da. A Aplicabilidade dos Mecanismos Restaurativos Como Forma de Participação Popular e Efetivação da Cidadania: A Solidificação das redes de cooperação e do capital social. In: LUCAS, Doglas Cesar; SPENGLER, Fabiana Marion (Orgs.). Justiça Restaurativa e Mediação. Ijuí: Unijuí, 2011. p. 73-102.

COUTINHO, Jacinto Nelson de Miranda (Org.). Direito e Psicanálise: Interseções e Interlocuções a partir de ‘Ensaio sobre a cegueira’, de José Saramago. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2017. 248p.

HELLER, Agnes. Além da Justiça. Tradução de Savannah Hartmann. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1998. 464p.

LUCAS, Doglas Cesar; SPENGLER, Fabiana Marion (Orgs.) Justiça Restaurativa e Mediação: políticas públicas no tratamento dos conflitos sociais. Ijuí: Unijuí, 2011. 355p.

LUDWIG, Celso Luiz. A Cegueira da visão e um novo olhar. In: COUTINHO, Jacinto Nelson de Miranda (Org.). Direito e Psicanálise. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2017. p. 43-52.

MARQUES NETO, Agostinho Ramalho. A Cegueira Plural: Breves Comentários ao Ensaio Sobre a Cegueira, de José Saramago. In: COUTINHO, Jacinto Nelson de Miranda (Org.). Direito e Psicanálise. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2017. p. 1-18.

RAWLS, John. Uma teoria da justiça. Tradução de Almiro Pisetta e Lenita M. R. Esteves. São Paulo: Martins Fontes, 1997. 708p.

SCURO NETO, Pedro. Modelo de justiça para o século XXI. Revista da Escola da Magistratura Regional Federal da 2ª Região – EMARF, Rio de Janeiro, v. 6, n. 1, p. 215-232, ago. 2003.

SPENGLER, Fabiana Marion. Mediação e Alteridade: a necessidade de “inovações comunicativas” para lidar com a atual (des)ordem conflitiva. In: LUCAS, Doglas Cesar; SPENGLER, Fabiana Marion (Orgs.). Justiça Restaurativa e Mediação. Ijuí: Unijuí, 2011. p. 201-241.

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO GRANDE DO SUL. Diferentes países e culturas, a mesma inquietude social. Disponível em: <http://jij.tjrs.jus.br/justica-restaurativa/diferentes-paises-culturas >. Acesso em 23 set. 2017.

ZEHR, Howard. The Little Book of Restorative Justice. Pennsylvania: Good Books, 2002. 89p.

ZEHR, Howard. Trocando as lentes: um novo foco sobre o crime e a justiça. Tradução de Tônia Van Acker. São Paulo: Palas Athena, 2008. 276p.

Publicado

2018-08-18

Número

Sección

GT 2 Direito, linguagem e narrativa