AS EUMÊNIDES DE ÉSQUILO E O PROBLEMA DA VINGANÇA NO ESTADO MODERNO

Autores/as

  • Daniel Machado Gomes Universidade Católica de Petrópolis
  • Marco Antônio Souza Monteiro Universidade Católica de Petrópolis

Palabras clave:

direitos fundamentais, teoria do Estado, filosofia, teoria da pena.

Resumen

A partir da tragédia Eumênides, de Ésquilo, a presente pesquisa se propôs a analisar a permanência de traços de vingança (Erínias) nos sistemas institucionalizados de justiça (Eumênides) que integram a ordem político-jurídica. Primeiramente, foi apresentado uma síntese da peça que conta o mito de Orestes, interpretando-se a trama como alegoria da passagem da justiça privada à justiça pública. A seguir, discutiu-se a relação entre a instituição da justiça e as paixões humanas associadas ao sentimento de vingança. O trabalho empregou o método qualitativo dedutivo, valendo-se como marco teórico das ideias de Robert C. Solomon e Richard Posner. Constatou-se que o Estado moderno viabiliza a convivência em sociedade através de sistemas institucionais de justiça capazes de canalizar as emoções humanas, regulando suas manifestações e produzindo um efeito catártico pelo qual se purgam estas paixões. Concluiu-se que Erínias e Euménides não devem ser entendidas como polos opostos de uma dualidade, uma vez que a persistência de rastros de Erínias nas Euménides constitui condição de existência das instituições jurídicas.

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Biografía del autor/a

Daniel Machado Gomes, Universidade Católica de Petrópolis

Doutor em Filosofia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); Rio de Janeiro – RJ; Professor de Teoria do Direito, do PPGD, da Universidade Católica de Petrópolis.

Marco Antônio Souza Monteiro, Universidade Católica de Petrópolis

Mestrando em Direito pela Universidade Católica de Petrópolis (UCP). Advogado. Residente em Juiz de Fora – MG.

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Publicado

2021-12-08

Número

Sección

GT 3 O Direito através da literatura