UBIRAJARA E O OCASO DA CONSTITUIÇÃO CIDADÃ PARA OS INDÍGENAS

Autores/as

Palabras clave:

Direito e Literatura, Ubirajara, Identidade étnica, Reconhecimento, Indígenas.

Resumen

A Literatura possibilita o pensar e o repensar o Direito, fomentando sua discussão crítica. Nessa direção aponta o Movimento Direito e Literatura. Por um lado, a Literatura tem a capacidade de traduzir o espírito e os valores de uma época e, por outro, o Direito é seu reflexo. A trilogia indianista de José de Alencar remete a uma percepção idealizada dos indígenas, muito característica do romantismo nacionalista do século XIX. A partir da obra Ubirajara, publicada em 1874, pretende-se problematizar a atribuição de identidade aos indígenas pelos não-índios. Pretende-se também discutir como tal atribuição repercute ainda hoje no (não) reconhecimento e efetividade do direito à diferença, que foi consagrado aos indígenas na CF/88. O presente trabalho se insere na vertente jurídico-sociológica. É pesquisa teórica, que analisa conteúdos de textos legislativos, jurisprudenciais e doutrinários sobre o tema.

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Biografía del autor/a

Daize Fernanda Wagner, Universidade Federal do Amapá

Professora no curso de Direito e Professora Colaboradora no Programa de Pós-Graduação em Estudos de Fronteira da Universidade Federal do Amapá (UNIFAP). Doutora em Direito pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).  Mestre em Direito pela Ludwig Maximilian Universität (LMU) Munique/Alemanha.

Edielson de Souza Silva, Universidade Estadual do Amapá

Professor da Universidade Estadual do Amapá (UEAP). Mestre em Estudos de Fronteira pela UNIFAP. Licenciado em Letras pela UNIFAP. Especialista em Metodologia do Ensino da Língua Inglesa pelo Instituto Brasileiro de Pós-Graduação e Extensão.

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Publicado

2022-10-11

Número

Sección

GT 3 O Direito através da literatura