A importância da literatura para juristas (sem exageros)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.21119/anamps.42.357-377

Palavras-chave:

direito na literatura, lições jurídicas, lições morais.

Resumo

O principal objetivo deste artigo é discutir o valor moral da literatura para o jurista. A ideia comum (defendida por autoras como Robin West, Martha Nussbaum e Lynn Hunt) de que a literatura é capaz de “humanizar” o leitor – tornando-o mais compreensivo e benevolente – não tem sido claramente corroborada por estudos empíricos sobre o assunto. Além disso, trata-se uma ideia politicamente arriscada, que interessa tanto aos amigos quanto aos inimigos da literatura. Por outro lado, é possível argumentar que a literatura é capaz de sofisticar a nossa compreensão de problemas morais e sociais. Talvez a literatura não faça dos leitores pessoas melhores, mas ela ainda pode fazer dos leitores pessoas mais atentas à complexidade de questões morais que tendem a ser subestimadas.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Fábio Perin Shecaira, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

Doutor em Filosofia pela McMaster University (Canadá). Mestre em Filosofia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Bacharel em Direito pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Professor Adjunto de Teoria do Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). 

Referências

FLAUBERT, Gustave. Madame Bovary. Trad. de Fúlvia Moretto. São Paulo: Nova Alexandria, 2009.

HANNE, Michael. The Power of the Story: Fiction and Political Change. Providence: Berghahn Books, 1994. 262p.

HUNT, Lynn. A invenção dos direitos humanos: uma história. Trad. de Rosaura Eichenberg. São Paulo: Companhia das Letras, 2009. 285p.

KEEN, Suzanne. Empathy and the novel. New York: Oxford University Press, 2007. 242p.

KISSAM, Philip. Disturbing images: literature in a jurisprudence course. Legal Studies Forum, v. 22, p. 329-351, 1998.

LADENSON, Elisabeth. Dirt for art's sake: books on trial from «Madame Bovary» to «Lolita». Ithaca: Cornell University Press, 2007. 272p.

LANDY, Joshua. A nation of Madame Bovarys: on the possibility and desirability of moral improvement through fiction. In: HAGBERG, Garry (Org.). Art and ethical criticism. Malden: Blackwell Publishing, 2008. p. 63-94.

LIAO, Shen-yi; GENDLER, Tamar. Pretense and imagination. Wiley Interdisciplinary Reviews: Cognitive Science, v. 11, p. 79-94, 2010.

MAZZOCCO, Philip; MELANIE, Green. Narrative persuasion in legal settings: what's the story? The Jury Expert, v. 23, n. 3, p. 27-34, 2011.

NUSSBAUM, Martha. Poetic justice: the literary imagination and public life. Boston: Beacon Press, 1995. 143p.

POSNER, Richard. Law and literature. 3. ed. Cambridge: Harvard University Press, 2009, 592p.

SEATON, James. Law and literature: works, criticism and theory. Yale Journal of Law & the Humanities, v. 11, n. 2, p. 479-507, 1999.

TURGUÊNIEV, Ivan. Memórias de um caçador. Trad. de Irineu Perpetuo. 2. ed. São Paulo: Editora 34, 2017. 488p.

WEST, Robin. Economic man and literary woman: one contrast. Mercer Law Review, v. 39, p. 867-878, 1988.

Publicado

2018-12-30

Como Citar

SHECAIRA, F. P. A importância da literatura para juristas (sem exageros). ANAMORPHOSIS - Revista Internacional de Direito e Literatura, Porto Alegre, v. 4, n. 2, p. 357–377, 2018. DOI: 10.21119/anamps.42.357-377. Disponível em: https://periodicos.rdl.org.br/anamps/article/view/423. Acesso em: 17 fev. 2025.

Edição

Seção

Artigos