A DEMOCRACIA COMO “CONSTITUTIONAL JAZZ BAND”
UMA HOMENAGEM AOS 60 ANOS DE WYNTON MARSALIS
Resumen
A música é uma das formas que melhor traduz a representação de uma cultura. Na maior parte das vezes, carrega em seu corpo os ideais, valores, aspirações e experiências de uma sociedade inteira. Ademais, sempre está em um constante diálogo com a realidade social e, em grande medida, a espelha, questiona e problematiza. De modo semelhante, a sociedade também busca inspiração, pertencimento e referência na música. Especificamente no jazz, observa-se um grande espelho da sociedade. Partindo deste pressuposto, dentre as muitas relações que poderiam ser feitas entre ambos os fenômenos, uma das mais contundentes é com a democracia. Neste intuito, o presente artigo busca analisar as interrelações existentes entre o jazz e a democracia, partindo fundamentalmente dos ensinamentos do professor e músico Wynton Marsalis, com o objetivo de iluminar a noção de que os valores e ideais da democracia podem ser observados em sua completude no microcosmos de uma banda de jazz, a qual necessita, em suma, do swing, o que dá o sentido de unidade ao conjunto; da liberdade, para que seus integrantes expressem os seus sentimentos na improvisação; e, acima de tudo, que todos os seus membros exteriorizem e revelem o blues que os anima.